domingo, 16 de setembro de 2012

Resumo em cores


No início, o azul, de setembro, intenso. Aí, veio o amarelo indecente dos ipês. Por fim, o vermelho dos lábios. Cores primárias, com as quais se pode formar qualquer outra cor.

Nesse nosso tempo foi isso o que fizemos, colorimos cada dia, noite, madrugada e tarde com nossas corres. Tivemos um entardecer cor-de rosa, dias cinzas, quem diria, no Rio. Tardes amarelas en Pocitos, e um dourado de lua llena. Nos dias de chuva, quase negros, sofremos a distância, falta de nossos corpos a se aquecer.E, também, tiveram os dias de garoa, claros, refrescantes, nos quais respiramos num mesmo compasso.

Ainda que nem tudo seja vivo e claro, nas verdade, transparente, nos desenhar em tons cinza seria mentir quem somos. A luz que nos invade revela todas as nuances que temos, criamos e cultivamos. Seus olhinhos de fenda os vêem, e eu os sinto. São nossas cores que nos mantem.

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