terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quanto tempo dura um sopro?

Parece que chegou o dia em que conjugarei os verbos no pretérito. Um dia que quis que nunca chegasse, que nunca existisse, que me recusei a esperar..

No último setembro ganhei, junto de suas cores, sentimentos lindos de presente. Vieram embalados nos seus olhos, com fita cor de girassol da cor do seu cabelo. Foi num dia de céu azul intenso, diante do ipê de amarelo indecente, que vestida com a blusa marrom me deixei revelar.
Pra que? Pra viver a brisa que você é (foi)?
E agora que vivemos essa calmaria, em que não sopra, não venta, nem tem tempestade. Estamos à deriva de nós mesmas. Eu estou esperando uma nova corrente de ar, que nos levará de volta a setembro. Quero soprar, eu posso fazer o vento! Os ipês já estão pela cidade, amarelos, como antes. Por que mudou? O que mudou?

Por que agosto nos sufoca? Por que não termina e nos deixa seguir -juntas- setembro em diante?
Mas você quer seguir?

Nos atiramos, me atirei e,agora, o que resta são esses últimos suspiros, descompassados, desencontrados.
Até quando?